Divulgada em setembro, a pesquisa investiga o hábito de leitura dos brasileiros e mostra que a Bíblia segue como o livro mais lido no país.
Os demais livros cristãos, porém, ainda ficam muito atrás.
Foram 5.012 entrevistados, abrangendo um conjunto de 172 milhões de pessoas – 92% da população.
Desse contingente, 95,6 milhões teriam lido pelo menos um livro nos três meses que antecederam a entrevista, e assim foram considerados “leitores”...
Um total de 6,9 milhões de brasileiros estaria lendo a Bíblia no momento da pesquisa, número 18 vezes maior do que o livro que aparece na segunda colocação, a ficção O Código Da Vinci, do inglês Dan Brown, cujo enredo mostra a fé cristã como uma trama conspiratória.
A Bíblia também ficou na frente como “gênero” mais lido (45% dos leitores) e foi citada como “livro mais importante da vida” dos entrevistados – dez vezes mais lembrado que o segundo colocado, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, título que na verdade não existe, mas é uma referência à literatura de Monteiro Lobato.
Mesmo entre os “não leitores”, a Bíblia teria sido a última leitura de 4,5 milhões de pessoas.
Esses números não surpreendem o pastor luterano Erní Seibert, de 55 anos, secretário de Comunicação da SBB. “Não há outro livro mais lido e distribuído, com tantos grupos que se reúnam para lê-lo ou estudá-lo toda semana.
É livro de referência diária para o cristão”, diz, lembrando que em 2007 a SBB distribuiu 5,16 milhões de exemplares das Sagradas Escrituras.
Somadas às que teriam sido impressas por outras editoras evangélicas e católicas, chega-se a cerca de 8 milhões de bíblias distribuídas só no ano passado.
“E há espaço para crescer mais”, observa Seibert, explicando que muitos dos exemplares foram parar nas mãos de gente que já costuma ler as Escrituras.
“A durabilidade média de cada Bíblia é de 12 a 15 anos, se manuseada com freqüência. A pessoa, então, quer uma nova”, comenta.
A SBB também tem preocupação com quem mostra menos interesse no livro sagrado.
A pesquisa Retratos da leitura no Brasil revela que entre as pessoas com menos de 25 anos a Bíblia não é o livro mais lido – perde para obras didáticas, poesias, romances e, dependendo da faixa etária, até para histórias em quadrinhos.
“A gente tem feito um esforço grande nos últimos anos para desenvolver textos para essa faixa.
Temos a Bíblia do Bebê, com muita ilustração, e também edições para crianças e adolescentes.
A tradução precisa ser legítima, criteriosa, com uma linguagem adequada.
Temos tido bastante êxito, e veremos os verdadeiros resultados daqui a dez anos”, prevê Seibert.
A Bíblia segue na dianteira, mas o mesmo não acontece com as obras evangélicas.
Se O Código Da Vinci aparece em segundo lugar entre os livros mais lidos, logo atrás está o esóterico O Segredo, da australiana Rhonda Byrne, seguido do infanto-juvenil campeão de vendas, a série Harry Potter, da inglesa J.K Rowling, e de clássicos infantis, como Cinderela e Chapeuzinho Vermelho.
O primeiro título evangélico citado na pesquisa é Bom dia, Espírito Santo, do televangelista americano Benny Hinn, em 20º lugar.
Expansão rápida
Mas esses números não incomodam as editoras evangélicas, que só têm visto seus lucros crescerem nos últimos anos.
De acordo com a Câmara Brasileira do Livro, entre 2006 e 2007 a quantidade de títulos evangélicos no mercado saltou 27%, no mesmo ritmo do aumento do poder aquisitivo das classes C, D e E – onde se concentra a maioria dos crentes.
“Em 2005, tivemos 365 mil livros vendidos; em 2008, já são mais de um milhão”, diz Renato Soares Fleischner, gerente de Produção Editorial da Mundo Cristão, sediada em São Paulo.
A editora tem investido fortemente em novos canais de vendas, onde a competição é acirrada. “A população evangélica cresce muito e não dá para as igrejas e livrarias atenderem suficientemente a demanda.
Alcançando quem não gosta de ler
Há bíblias para todos os gostos. Desde as populares, de R$ 7 – mais barato que muitos lanches de fast-food –, às edições de estudo ou luxuosas, que custam mais de R$ 150,00.
Mas Erní Seibert, secretário de Comunicação da Sociedade Bíblica do Brasil, a SBB, resiste à idéia de ver o público leitor da Bíblia como um mercado consumidor.
Seibert sublinha que a grande maioria das pessoas que têm um exemplar das Escrituras simplesmente o recebeu gratuitamente.
sso porque muitos crentes e igrejas têm costume de distribuir bíblias de presente. Além disso, há inúmeros grupos assistidos por programas sociais da SBB, que busca popularizar a Palavra de Deus, fornecendo-a gratuitamente, por exemplo, em presídios e hospitais.
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